sexta-feira, 23 de maio de 2008

Saude Publica

"Em 2006 e 2007 foram efectuadas intervenções em habitações onde se verificavam situações de insalubridade, por acumulação de lixos, na maior parte dos casos trazidos do espaço público", adiantou a chefe de divisão de Higiene e Controlo Sanitário da Câmara de Lisboa, Luísa Costa Gomes.

Segundo dados da autarquia avançados à agência Lusa, o maior número de casos ocorreu na freguesia de Santa Maria dos Olivais (5), seguindo-se Marvila e Carnide (ambos com quatro), Encarnação (3), Benfica, Beato e Campo Grande (dois casos em cada uma).
in: RTP

7 comentários:

Cesar Valentim disse...

Na minha opinião meramente pessoal, existem pessoas que não estão suficientemente sensibilizadas para habitar em propriedade horizontal.

Numa primeira abordagem, por vezes tão importante como os interiores das habitações, é o espaço comum e o espaço público. Ao contrário da população do meio rural, a do meio urbano não desenvolve sentimentos de pertença com o espaço público envolvente.

É frequente assistirmos nas povoações mais pequenas à preocupação que os moradores têm em limpar a via pública em redor da sua habitação, é aí que as crianças brincam, é aí que se sentam ao final do dia para conversar com a família ou a vizinhança.

Nas grandes cidades, em particular no caso de Lisboa, não existe muito esse hábito. Nos bairros mais tradicionais, nas chamadas vilas que ainda existem no interior da cidade, ainda se pode assistir a algo parecido mas o mesmo já não acontece nos grandes bairros residenciais.

Existe necessidade de implementar estratégias de sensibilização para a preservação do espaço comum, seja no interior dos edifícios, seja no espaço público envolvente, os passeios e demais via pública, os espaços verdes, etc.

Uma segunda fase é a sensibilização para a preservação ambiental, o tratamento dos resíduos, a sua separação e eliminação é importante.

Cuidar, limpar, estimar e reciclar - para uma vizinhança saudável.

Anónimo disse...

você devia pensar primeiro antes de escrever da maneira como fêz.Primeiro, nem todas as pessoas que vivem em bairros residenciais ou socias são porcas. Em segundo, você tem conhecimento como as habitações estão cheias de humidade devido ás infiltrações que certos prédios têem , eu por exemplo todos os anos mando pintar a casa e no ano seguinte está novamente negra. O IHRU é chamado e nunca resolve nada, continua tudo na mesma.Finalmente a limpeza da via pública é uma obrigação da Cãmara Municipal. Portanto o Senhor não lhe dá o direito de medir tudo pela mesma bitola. O Curioso

Anónimo disse...

Existe gente mesmo estúpida.

Á notícia é muito clara sobre os problemas a que se referia.

"...habitações onde se verificavam situações de insalubridade, por acumulação de lixos, na maior parte dos casos trazidos do espaço público."

Já que é curioso(a), tenha curiosidade para aprender a ler e a escrever.

Anónimo disse...

Bem,

No Bairro dos Lóios,existem de facto, exemplos de falta de civismo.

Efectivamemte, existem muitas pessoas que demonstram que não sabem viver em prédios de uma forma civilizada.

No entanto, existe um facto que é preciso lembrar.

É que de uma vez por todas, aqueles que julgam que por viverem em prédios de cooperativa são mais civilizadas do que os outros, estão enganadas.

Existem exemplos nas cooperativas que não são bons exemplos.

Cesar Valentim disse...

Caro vizinho, não me referia às cooperativas ou ao edificado público quando falava na falta de sensibilidade de viver em comunidade.

Existem bons e maus exemplos em todo o lado. Conheço bastantes pessoas nos edificios da CML e do IHRU que estimam a sua casa e o espaço que partilham com os vizinhos. Também conheço pessoas nas cooperativas que não só não cuidam como estragam o espaço que é seu e que é dos outros.

Em relação aos comentários das 14h29 e das 20h19, esses nem merecem grnade resposta, só mostra a falta de educação que lhes está chapada na cara. Será que também fala assim quando anda a pedir às pessoas para votar na sua lista? Se foi assim que aprendeu a falar em sua casa, tenho pena de si.

Info Lóios disse...

Se todos os moradores soberem levar o lixo para a rua, não deixando acumular nos corredores ou arrecadações, de certeza que os predios se tornam mais limpos e higienicos.

Por isso é que existem contentores nas ruas para se poder depositar o lixo da habitação.

Estou perfeitamente de acordo com as palavras do Srº Cesar.

Saudações

Cesar Valentim disse...

A questão do lixo em casa é algo mais do que cooperativas/habitação social.
Acusarem-me de elítismo é mesmo coisa de quem acha que vive no bairro mas que nunca fez nada por ele. Não preciso de me justificar em relação a isso mas não deixarei de publicar aqui uma notícia que li no Semanário Registo:

O acumular de montanhas de lixo ou objectos inúteis em casa a pensar na sua eventual utilidade futura pode parecer muito estranho, mas é sintoma de uma doença que afecta principalmente idosos que vivem sozinhos e em situação de miséria.
Baptizada com o nome do filósofo grego do século IV a. C. Diógenes de Sinope, que vivia como um mendigo e dormia num barril, o Síndrome de Diógenes caracteriza-se pela acumulação de objectos sem valor, isolamento social, falta de pudor e de cuidados com a higiene pessoal e recusa em receber ajuda.
“Apesar da doença também poder afectar pessoas mais novas, a maior parte são idosos que vivem uma vida quase de eremita”, diz o director do serviço de psiquiatria do Hospital do Espírito Santo,
em Évora, José Palma Góis, que tem acompanhado alguns casos.
À memória vêm-lhe dois casos. Um de uma senhora septuagenária “muito excêntrica”, que vivia sozinha numa casa “cheia de lixo” que recolhia dos contentores e outro de uma mulher na casa dos
50 anos que começou a fazer colecção de objectos inúteis desde os 20 anos.
Palma Góis contou que a mulher mais nova fazia acumulação de lixo por “montinhos”, como de roupa e sapatos, de acordo com as suas próprias regras. Mas com o passar dos anos, a doença foi piorando e actualmente já não organizava o
lixo e a casa transformou-se numa verdadeira lixeira.
A vida desta mulher é partilhada com um companheiro, alcoólico, que “por contágio aceitou este tipo de vida”, sublinhou. Ambos os casos chegaram ao hospital através dos serviços sociais, que foram alertados pela vizinhança devido ao mau
cheiro que as casas tinham e do comportamento bizarro. É, no entanto, através das autarquias que a maior parte dos casos acaba por ser detectada. Como nos Olivais, em Lisboa, onde os serviços municipais retiraram de uma casa 12.500 quilos de lixo, sobretudo excrementos de gatos. Lá por casa habitavam 45 felinos.
Apesar de os serviços da autarquia tentarem resolver o problema através do diálogo, a maior parte dos casos acabam por ser resolvidos por ordem do tribunal devido à recusa das pessoas em aceitar ajuda, um processo que demora entre dois
a quatro meses para resolver o problema. Para a assistente social Maria Irene Carvalho, estas situações devem-se à solidão em que as pessoas vivem, orientando as suas vidas para a sobrevivência por reconhecerem que “o seu futuro não é o melhor”.
Maria Irene Carvalho alertou que os serviços sociais devem estar atentos a estes casos que podem ter consequências a nível de saúde pública com a proliferação de ratos e baratas, dependendo do tipo de lixo que as pessoas guardam.
“É um processo complexo onde estão incluídos vários factores, entre os quais a solidão, que afecta uma grande parte de pessoas, mas há casos extremos em que as pessoas vivem no lixo”, sublinhou.
in

Semanário Registo de 19 de Maio 2008