Carta da secretraia da mesa de assembleia ao Sr Gaspar

Eduardo
Depois de leres este e-mail,
PEÇO-TE QUE PARES UM POUCO, FIQUES SOZINHO POR UM DIA E REFLICTAS SOBRE TODO ESTE CONJUNTO DE ACONTECIMENTOS (Desde Junho até agora).

ESTÁS A SER MUITÍSSIMO INJUSTO PARA COMIGO.
A saber:
Quando soube da "CRISE", e porque estive afastada da ATM no último ano, o que me permite ser objectiva na análise que fiz, chamei-te a minha casa para dizeres de tua justiça e também chamei o Costa para fazer o mesmo, antes da reunião convocada pela Constança, para o passado dia 9.

Tirei as minhas conclusões como se pode ler na página 4 da acta por ti anexada reunião ao e-mail a que te respondo, e por mim redigida.

O seu conteúdo expressa, com a maior exactidão que consegui, o que lá foi dito!Não te caluniei nem, de forma alguma, te dei azo a que me possas incriminar pelo que quer que seja.

Desde o dia 6 de Maio, tenho tentado falar contigo mas tu não me respondes e até parece que andas a fugir de mim. Relembro-te a nossa troca de e-mails do dia 6 de Maio e subsequente conversa telefónica (às 4 da manhã), a resposta ao teu e-mail do dia 18 de Maio, ambos a solicitar que me esclarecesses a tua posição e que pensasses no que se anda a passar, que te telefonei no Sábado passado, para te alertar das notícias que estavam a seu veiculadas pela TSF sobre as novidades do governo para as IPSS, e que, como não estavas em casa, pedi à tua mãe que te transmitisse a minha vontade e necessidade de falar contigo.Não sei mais o que fazer! Com toda a frontalidade, considero que:

O título do e-mail que me mandaste não é objectivo. Em vez de dizer " "golpe" de certos alguns" deverias ter explicitado quem são os "alguns" porque, ao não o fazeres, estás a lançar suspeitas e a caluniar todas as pessoas que estiveram nessa reunião. Não somos todos iguais e há que respeita a diversidade;̶ EU estive nessa reunião por ser secretária da Mesa da Assembleia-geral com o objectivo de expressar a minha opinião sobretodo este imbróglio e tentar que os presentes se acalmassem. Disto é prova a minha intervenção.̶ nunca, jamais, em tempo algum alinhei em qualquer tipo de "golpe", seja da ATM ou de qualquer outro sítio;̶ como é sabido, tenho a convicção de que não são partidos políticos que porão ordem na nossa sociedade. Há muitos anos (mais de 30) que me bato pela prática da minha teoria – se alguma coisa mudar nesta sociedade consumista, economicista e promovedora das desigualdades sociais, será fruto do empenho da sociedade civil.̶ se vais buscar os teus pergaminhos, também te esclareço de que, aos 15 anos, em 1973 e 1974, distribuía nas casas de banho do então Liceu Filipa de Lencastre , clandestinamente, o jornal do MAESL, único à altura, embora nunca tenha apoiado o PCP. Após o 25 de Abril, sempre fui uma pessoa activa e interveniente, nunca tendo pertencido a partido algum, porque não gosto de ser uma ovelha de uma qualquer carneirada. É o que penso da orgânica dos partidos. Não sou uma pessoa submissa, gosto de pensar pela minha cabeça, nunca concordei na íntegra com nenhum dos partidos até hoje legalizados. Voto naquele que considero melhor defender as minhas convicções.̶ não penso que compactues ou sejas "politica ou humanamente tão ingénuo, ao ponto de dar cobertura a desonestidades ou outras coisas que tais.". Penso sim que qualquer ser humano é passível de ser enredado numa teia construída por uma pessoa doente, ambiciosa, sem escrúpulos que deseja a todo o custo chegar ao poder, utilizando para tal todos os meios. Nem todos o meios são lícitos para se atingir os fins.̶ Esta última afirmação poderá ser contestada em sítio próprio, pelo o Sr. César Valentim Geada Rodrigues, caso se sinta injuriado. É o que penso dele e, até prova em contrário, continuarei a pensar. Recusei-me a falar-lhe quando me contactou através do meu telemóvel, pois nunca lhe facultei esse número e a sua utilização do mesmo é abusiva.̶ sei que foste membro fundador da ATM e por isso sempre expressei publicamente o meu respeito e a minha admiração pela tua pessoa. Sei pelo que lutaste e por isso te agradeço enquanto moradora do Bairro dos Lóios;̶ agora e analisando o teu parágrafo onde se lê "Independentemente do processo judicial que irei instaurar contra os autores do citado documento, da sua divulgação, da carta aberta que tenciono dirigir a toda a população do Bairro, irei dar toda a divulgação a este documento e estarei pronto para debate-lo publicamente com todos os seus autores." tenho a dizer-te que estarei disponível para qualquer debate que queira fazer desde que seja de forma ordeira e civilizada. Mais te digo que não entendo quais os fundamentos que vais invocar para pedir a instauração de um processo judicial. Agradeço que me esclareças do que irei estar acusada porque tenho a minha consciência tranquila pelo que fiz, não vejo onde e como cometi algum crime. Crime, só se for ter ouvido os dois supracitados, a Carla Pereira, o Sebastião Cabral, o Pedro Tiago Santos e a Mónica Mascarenhas, para poder ajuizar sobre os depoimentos ouvidos. Vivemos em democracia e sou livre de emitir as minhas opiniões. Não será este tipo de ameaças que me farão calar. Fico curiosamente à espera da tua carta aberta. Por favor, vê o que vais fazer.̶ "Sem querer ser pretensioso: "A história é émula do tempo, repositório dos factos, testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro"- Cervantes in "Dom Quixote". Lamento ter que te dizer, mas… estás e ser muitíssimo pretensioso e arrogante! A tradução do excerto do parágrafo de Cervantes não é acessível ao comum dos mortais. Porque utilizar a palavra "émula" em vez de "rival", "antagonista" ou "adversária". Mais acrescento que este adjectivo não é aplicável a "história" mas sim a pessoas pelo que o teu pedantismo saiu-te mal. Vê que quem traduziu o livro D. Quixote que tens porque cometeu um erro à luz da língua portuguesa. Tradutores destes devem ser denunciados porque são pagos e não são bons profissionais. Pobre Cervantes deve estar indignado algures onde estiver (isto para quem acredita na vida para além da morte o que não é o meu caso nem teu, penso eu) Eduardo, ATINA!! Não sejas precipitado, emotivo, imponderado e leviano.Estás a levar isto por caminhos tortuosos, ínvios, perigosos e, acima de tudo, estás a atiçar uma guerra que só prejudicará a nossa tão prezada ATM – Associação Tempo de Mudar para o desenvolvimento do Bairro dos Lóios. Pensa no que pode acontecer se esta "crise" chegar ao conhecimento do Instituto da Segurança Social. Gostarão eles de saber que subsidiam uma creche - jardim de infância duma IPSS cuja Direcção está neste estado? Não é com tentativas de sublevação dos moradores do Bairro que esta situação será resolvida. Esse tipo de atitudes só fomentará a discórdia e a denegrição da ATM. PÁRA de pensar apenas na tua imagem e no que consideras ser uma falta de reconhecimento. Todos te reconhecem o mérito. Pode haver excepções e se considerares que as há, sê frontal e contesta-as se achares que o deves fazer. Não generalizes. As generalizações levam-nos a situações imprevistas pois os lesados podem querer fazer justiça na defesa do seu bom-nome. PÁRA! Estás a deitar por água abaixo tudo o que construíste e que todos reconhecem. Se queres atacar alguém diz o seu nome e fá-lo de forma clara que não afecte terceiros que se envolveram nesta trapalhada por dedicação aos fins da ATM (artigo 2º dos estatutos). Espero que este e-mail te abane e te ponha a pensar. Não te quero mal, antes pelo contrário gostaria apenas que fosses sensato e me ouvisses, de preferência pessoalmente, cara a cara. Considero que, neste momento, está aberta uma guerrilha de poder. Esclareçam-se os diversos pontos de vista porque até dia 27 haverá apresentação de listas para os Órgão Sociais. O meu tempo é precioso, para escrever este e-mail gastei prescindi de tratar de outros assuntos que são prementes e que carecem da minha atenção. Ando muito ocupada com as duas guerras que me caíram em cima e não posso estar nesta ansiedade porque a minha saúde não o permite.

Não quero voltar ao estado como tive em Setembro de 2006. Tenho que me tranquilizar.

Por favor, deixem-me descansar! E acabem com estas guerrilhas deploráveis.

Um abraço de que nunca te quis mal, Teresa